Patinagem

História da Patinagem


     O crédito oficial por fazer o primeiro par de patins vai para Joseph Merlin, mecânico e fabricante de instrumentos musicais, nascido em Huys, Bélgica, no dia 17 de Setembro de 1735. Em Maio de 1770, Merlin foi a Londres como director do Museu “Cox”, em Spring Gardens e exibiu vários dos seus projectos: um órgão, um piano-forte e uma espineta. Merlin também tinha exemplos do seu trabalho, na sua casa em Oxford Street (conhecida como a cave do Merlin) onde ele exibiu a sua invenção, o patim de rodas. Um jornal de notícias do dia levou isto em conta:
     “Uma das suas inovações engenhosas foi um par de patins concebido para correr, com umas pequenas rodas metálicas. Provido com um par de patins e um violino, decidiu causar sensação num baile de máscaras em Soho Square, Londres. Sem saber como retardar a velocidade a que ia, e sem saber como mudar a direcção, colidiu com um espelho de valor superior a 500 libras. Tanto o espelho como o seu violino ficaram em pedaços e Merlin ficou gravemente ferido.”
     Depois deste fiasco, o som das rodas nunca mais foi ouvido até 1790, quando um cortador de metal Parisiense inventou um patim com rodas chamado “patin-a-terre” (patim de chão). Porém, levou 25 anos ou mais, para este patim único ser reconhecido. Em Berlim, em 1818, os patins era usados pela primeira vez no ballet “Der Maler oder die WintervergnUgungen”. O ballet pediu patinagem no gelo, mas era impossível produzir gelo numa fase em que os patins de rodas eram usados.
     A primeira patente para um patim de rodas foi emitida a M.Peti. Este patim foi feito de uma sola de madeira e provido com dois, três, ou quatro cobre, de madeira, ou rolos de marfim organizados em uma linha recta. Porque os rolos eram de tamanho uniforme e alinhados, era impossível o patim mover-se numa linha curva. Em Londres em 1823, Robert John Tyers patenteou um volito. No escritório de registro de patentes britânico o volito foi descrito como um "aparato a ser prendido a botas, sapatos, e outra coberta para os pés com a finalidade de viajar ou para prazer." O volito eram cinco rodas presas numa linha recta. Este patim ganhou a fantasia do público e era um sucesso! Mais patins foram aparecendo, cada patim mais sofisticado que seu antecessor.
     Assim, os patins foram ganhando sucesso, mas foram precisos 20 anos para tal. Os alemães foram os primeiros a fazer da patinagem um fenómeno popular. Em 1840, numa taverna de cerveja conhecida como “Corse Halle”, perto de Berlim, os clientes eram servidos por senhoras jovens em patins. Esta novidade teve muito sucesso e chamou a atenção de muita gente, já para não falar na melhoria do serviço. E quando patinadores invadiram a produção de “Le Ballet des Patin”, a patinar tornara-se numa sensação.
     Em 1857 foram abertas pistas de gelo públicas em “Floral Hall”, Londres. Logo outros tipos de patins, com linhas de borracha ou rodas de metal aos lados dos patins, ficaram disponíveis. Mais tarde descobriu-se o patim de Plimpton, o qual permitia andar em linhas curvas, sendo por isso superior a qualquer patim já inventado.
     Pouco depois do patim Plimpton ter sido introduzido, as pistas de patinagem tornaram-se lugares de reuniões sociais populares.
     Melhorias mecânicas nos patins eram responsáveis pelo próximo renascimento do patinar. Patins com portes de alfinete permitiam um melhor andamento do que os modelos usados. E a moda da patinagem voltou novamente, a qual durou até 1890.
     Foram construídas novas e maiores pistas de gelo em grandes cidades. Por exemplo, em Chicago a Pista de gelo de Cassino abriu em 1884 a milhares de pessoas. Havia pólo, corridas e dança em patins de rodas.
     Em 1902 o estrondo de rodas (agora eles tinham rolamentos de esferas) era ouvido novamente quando o Coliseu de Chicago abriu uma pista de patinagem pública. A abrir a noite chegaram por volta de 7000 pessoas. Em 1908 o Jardim de Madison Square foi convertido numa pista de gelo, e de 1909 a 1910 foram abertas centenas de pistas de gelo nos Estados Unidos e Inglaterra. A Patinagem sempre foi popular até à Primeira Guerra Mundial. Depois da guerra, filmes, dança e o automóvel, capturaram a atenção do público, mas apesar disso, a patinagem nunca foi totalmente esquecida. A grande depressão fez com que a patinagem se tornasse novamente popular, pois era barato e era uma boa maneira das pessoas esqueceram os tempos difíceis pelos quais tinham acabado de passar.
     A patinagem deixou de estar no cimo outra vez, até 1970, mas a sua popularidade aguentou firme. Milhões de pessoas desfrutaram do desporto nos anos 40.
     Assim a roda num sapato veio de um modo longo, dos esforços aventureiros de Joseph Merlin .












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